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Número 42 | 24/05/2011 a 09/06/2011

Qualidade de Vida no Trabalho: Como o ambiente nas empresas pode se tornar fonte de saúde e de maior produtividade


Quem foi que disse que o ambiente corporativo não pode ser um espaço para fazer atividades físicas, de lazer e até recuperar as energias perdidas no dia a dia de trabalho? Desenvolver programas de qualidade de vida tem sido uma preocupação crescente nas organizações. O mercado voltado para estas ações vem movimentando mais de R$ 3 milhões no país. De acordo com especialistas da Psicologia no Trabalho, ações como estas promovem benefícios para os funcionários e colaboradores em vários aspectos, entre eles: social, pessoal, cultural, de saúde e, também, profissional.

Segundo a professora Francis Moreira, coordenadora do curso de pós-graduação em Ergonomia, do Instituto de Educação Continuada (IEC) da PUC Minas, os efeitos são inúmeros e o primeiro deles, e talvez o mais importante, tem a ver com o conceito de saúde no sentido mais amplo da palavra (bio-psico-social). “Biologicamente, os programas de qualidade de vida no trabalho procuram, na medida do possível, respeitar os limites das pessoas, mais do que atuar somente no controle do surgimento de doenças. O foco atual tem sido proporcionar a prevenção, a maior expectativa de vida, inclusão e a reintegração profissional das pessoas que adoecem”.

Ela comenta que os programas de qualidade de vida nas empresas são o conjunto de ações empenhadas para melhorar o ambiente de trabalho, tornando-o mais agradável e menos susceptível a gerar riscos relacionados à saúde. “Essas ações abrangem desde aspectos ergonômicos ( layout, iluminação, ruído, mobiliário, organização do trabalho – quem faz o quê) até inovações gerenciais e tecnológicas que possam vir a beneficiar o trabalhador. O mais importante é que as empresas entendam que cada um possui características singulares e estas devem ser respeitadas no momento da escolha das ações a serem tomadas”, enfatiza.

Benefícios
Os programas de qualidade de vida podem não só melhorar a saúde dos funcionários, como também o clima organizacional e proporcionar uma maior produtividade. Francis Moreira acredita que aí estão as dimensões psicossociais relacionadas à saúde. “No âmbito da psicologia, um local de trabalho agradável, que propicia o desenvolvimento pessoal e profissional, influencia positivamente nas perspectivas de vida dos trabalhadores e no significado que o trabalho tem para essas pessoas. Isso está relacionado intimamente à motivação, tanto para a realização das tarefas, quanto para “vestir a camisa” da empresa, de maneira a colaborar ativamente para o crescimento da organização. No que se refere aos aspectos sociais, o estímulo à integração e inclusão social em detrimento aos preconceitos, em conjunto com a abertura e transparência na comunicação, em meio a um ambiente democrático, favorecem atitudes de companheirismo e união, fortalecendo o espírito de equipe e impulsionando a produtividade”.

Funcionários que contam com programas de qualidade de vida no trabalho, segundo a professora, acabam se tornando mais motivados, capacitados e bem remunerados. Eles passam a ter um desempenho acima da média, reduzindo custo, apresentando melhores soluções aos clientes e gerando maior vitalidade financeira para as organizações. “Desempenho acima da média, assim como a redução de custos e soluções eficazes são fatores que as empresas sempre vão buscar. A questão é o como alcançar essas metas, ou seja, com maior ou menor “sofrimento” dos trabalhadores; com maior ou menor número de pessoas adoecendo; com maiores ou menores índices de absenteísmo; com maior ou menor risco de acidentes de trabalho, e assim por diante”. 

Para os funcionários que não dispõem de programas como este no ambiente de trabalho, a professora dá algumas dicas:
• No trabalho, acredito que a dica mais importante está relacionada à alternância postural, ou seja, se você trabalha muito tempo assentado, procure estabelecer pausas para se levantar, alongar, subir e descer alguns lances de escada, acordar o corpo.
• Se você trabalha muito tempo de pé, tente descansar as pernas e a coluna de tempos em tempos, assentando-se ou dobrando/esticando essas articulações.
• Fora do ambiente de trabalho, procurar ter uma dieta saudável e praticar exercícios físicos é fundamental. Além disso, é importante ter uma vida social agradável, aproveitando momentos com os amigos e a família.

Opinião dos internautas a respeito do tema:

@ claudia alencar – “ Sou professora de uma escola de educação infantil, em Jundiaí (SP),  no sistema municípal de ensino. Acho que há falhas por parte da empresa em algumas medidas que poderiam minimizar as doenças dos profissionais e melhorar a qualidade de vida. Uma medida que seria bem vinda é a ginastica laboral, pois temos uma faculdade de educação física que é autarquia municipal e os estudantes poderiam fazer estágio nas escolas com ginástica, mesmo que no horário de almoço, ou na saída. A maior parte dos profissionais não tem condições de frequentar uma academia e os centros municipais de esporte  poderiam ter turmas voltadas para os funcionários, já que é difícil conseguir uma vaga nestes espaços. A empresa deve valorizar a qualidade de vida dos profissionais, pois se não estamos bem não conseguimos produzir muito. A dor, o cansaço, os problemas vão se acumulando e isso gera um desempenho ruim. Esses são os pontos principais do que considero que a empresa faz para contribuir para a qualidade de vida do funcionário".

20/05/2011

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