IEC • PREPES | Pós-Graduação Lato Sensu

Twitter Facebook
Boletim Com Você
Boletim Eletrônico
Número 46 | 09/12/2011 a 09/03/2012

Mulheres no mercado de trabalho: Aumenta o número de profissionais que sustentam a família e assumem cargos importantes nas organizações


Mulheres no comando, na execução dos trabalhos e chefiando atividades dentro das organizações. Essa situação não poderia ser pensada há 40 anos. Graças ao empenho, à emancipação e a inserção das mulheres na sociedade, hoje é possível sim contar com a competência e o trabalho de notoriedade dessa parcela significativa da população, que vem assumindo cargos importantes dentro das empresas. 

Os dados do Censo de 2010, divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), no mês de novembro, comprovam que as profissionais não só estão ocupando posições expressivas no mercado de trabalho, como também estão se tornando responsáveis pelo sustento da família. No Brasil, 38,7% das mulheres, cerca de 22 milhões, são responsáveis pela renda familiar. Além disso, segundo a Pesquisa Mensal de Emprego, realizada pelo IBGE em 2009/2010, e publicada em janeiro de 2011, constatou que as mulheres ainda aumentaram sua participação no mercado de trabalho. A população feminina ocupada subiu de 45,1%, em 2009, para 45,3%. Em 2003, os números mostravam que a participação feminina era de 43%.

Nélio Oliveira, professor do curso de Gestão de Pessoas, do IEC PUC Minas no São Gabriel, afirma que o espaço ocupado pelas mulheres deve ser visto a partir do ponto de vista social e o organizacional. De acordo com ele, o primeiro aspecto deve-se à conquista de diversos setores, antes reservados apenas aos homens, como no esporte, na cultura e no mercado de trabalho em geral. “Como consequência, observa-se maior autonomia da mulher na sociedade. É a tão chamada emancipação feminina. Se pretendemos ter um país igualitário, livre e democrático, essa inserção tem grande importância na busca social. O segundo aspecto deve-se às mudanças nas organizações. Anteriormente, dentro das empresas, defendia-se o tecnicismo, a grande especialização, a baixa informalidade e as relações impessoais. Hoje, temos um ambiente de trabalho com menor especialização, maior flexibilidade, com o trabalho em equipe, além do empreendedorismo. Muito se diz que as mulheres, nesse aspecto, podem contribuir significativamente para essa alteração nas formas de trabalho, por que essas novas características estariam mais ligadas a comportamentos femininos”, afirma. 

O professor lembra, ainda, que esse assunto é polêmico, uma vez que pode gerar discussões preconceituosas sobre as diferenças entre homens e mulheres, tanto no trabalho como na vida pessoal. “Essa visão pode ser um incentivo para a maior participação das mulheres em espaços organizacionais, antes reservados apenas aos homens, incluindo os cargos gerenciais”. 

Duplicidade de jornada 

Desde a década de 1960, as mulheres vêm lutando pela garantia dos seus direitos e, dentre eles, por uma participação mais efetiva e com os direitos e salários mais dignos no mercado de trabalho. Junto a isso surge a dificuldade em atingir um equilíbrio entre a vida profissional e a pessoal, tendo que utilizar, assim, diferentes estratégias para lidar com as demandas do negócio e da família. 

Nélio Oliveira explica que esse fato tem sido, realmente, o grande desafio para a mulher, em que as pressões sociais, culturais e econômicas, principalmente, interferem nesse processo de inserção no mundo do trabalho. “Isso pode ser exemplificado com uma frase muito comum hoje em dia: “a mulher agora tem que trabalhar!”; e com uma expressão muito em voga: “ mulher tem jornada dupla” (no trabalho e em casa). Se por um lado, aparece o incentivo, por outro, a dificuldade. Fica a esperança que a sociedade se altere cada vez mais e possibilite uma maior inserção da mulher no mercado de trabalho, diminuindo pressões que dificultam sua participação e aumentando, assim, os fatores que contribuam para essa inserção”. 

De acordo com o professor, algumas mulheres, por exemplo, optam por uma carreira mais gerencial ou executiva a partir de determinado momento da vida, de ter certa idade e filhos. Outras têm mais condições de conciliar a vida profissional e pessoal, devido a profissão exercida e possibilidades de trabalho em casa, horários flexíveis, etc. “Todavia, o simples aumento do espaço das mulheres no mercado de trabalho prova que está havendo uma conciliação, algumas vezes de uma maneira mais equilibrada ou com menos sacrifícios”. Embora muitas mulheres já ocupem cargos de liderança, a resistência no mercado de trabalho ainda existe, mesmo a maioria delas se capacitando e investindo na educação continuada. 

Para Nélio, é possível superar esta questão trabalhando em conjunto com os homens, sem o estigma de gênero. Ele faz algumas observações: 

- No plano individual, o caminho é a qualificação, que pode aumentar seu espaço nas empresas, principalmente considerando cargos de liderança. Isso ainda é mais importante, considerando que as mulheres, na maioria das vezes, para alcançar certos cargos nas empresas, devem demonstrar competência bem superior a dos concorrentes homens;  

- No coletivo, acho que as mulheres devem se inteirar mais das atividades sociais, apoiando movimentos e associações que propiciem essa inserção, inclusive, considerando questões políticas. Nesse aspecto, não se está querendo dizer que as mulheres devem votar apenas em candidatas mulheres, mas em candidatos que tenham a defesa dos direitos das mulheres como uma das bandeiras de uma sociedade mais igualitária.

21/11/2011

Para sugerir pautas, indicar eventos, divulgar oportunidades de trabalho ou enviar seus comentários, entre em contato conosco:
imprensaiec@pucminas.br ou ligue para (31) 3269 3263