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Número 48 | 03/04/2012 a 03/05/2012

“Procure trabalhar com o que gosta e sempre tente evoluir no trabalho até chegar à carreira que deseja. E estude, sempre.”


Fernando Henrique Lima Lara é formado em Jornalismo e Direito. Ele foi aprovado em concurso público e exerce o cargo de apoio judicial no Tribunal de Justiça de Betim. Nessa entrevista, Fernando conta um pouco da sua trajetória profissional e de como conviveu com a doença de Charcot-Marie-Tooth. Pós-graduado em cinema, pelo IEC, seus planos daqui pra frente podem incluir a direção de um filme. Leia a entrevista e confira a opinião dele sobre a inclusão das pessoas com defeciência no mercado de trabalho.

- Fale um pouco a respeito da sua trajetória profissional, fazendo um breve histórico da sua carreira e da atuação no mercado de trabalho.

Comecei a trabalhar ainda como estudante de Jornalismo. Fui estagiário de um jornal de Betim, cidade onde moro. Em seguida, fiz estágio na Assessoria de Imprensa da Prefeitura de Betim, por sete meses, até me formar. Nesse meio tempo, também fui colunista de cultura na internet. Comecei a estudar Direito e fui estagiário no escritório de advocacia dos meus pais. Logo depois, fui estagiário da Defensoria Pública Municipal de Betim, ao mesmo tempo em que escrevia o jornal do clube em que sou sócio. Como portador de necessidades especiais, trabalhei por pouco tempo no setor administrativo do Hospital Veterinário da PUC em Betim até que fui aprovado em um concurso do Tribunal de Justiça da minha cidade, onde estou trabalhando há quase um ano. Jornalismo e Direito quase sempre andaram juntos (risos).

- Como surgiu seu interesse pelo Direito e pelo Jornalismo?

Sempre gostei muito de ler e escrever. Lia muito revistas de cultura, especialmente sobre cinema e música, e decidi ser jornalista por influência dessas revistas. O direito, eu paquerava de longe, até que vi que valia a pena, logo depois de ter terminado uma pós-graduação em Cinema, no IEC. Sempre achei que Jornalismo e Direito são uma fonte incrível de comunicação. Acho até que as duas profissões se equivalem. 
 
- Como o investimento na pós-graduação em Cinema tem contribuído na sua carreira profissional?

Não atuei na área de cinema. Não vi as portas se abrirem, por assim dizer, até porquê fazer cinema no Brasil não é fácil. Terminei a pós em 2003, depois do sucesso do filme “Cidade de Deus”, que foi o que realmente elevou a qualidade do cinema nacional depois de um bom tempo de filmes ruins. Mas também não tive aquela ideia de tentar a carreira em outro estado. Ainda tenho algumas ideias em mente, até para um filme curta metragem. Quem sabe um dia...

- Faça uma avaliação do seu trabalho na área e comente sua experiência. Quais são os principais desafios e os frutos desse trabalho?

O principal fruto é ser reconhecido como um funcionário dedicado, isso é o que me deixa mais satisfeito. Aliás, ser reconhecido como funcionário dedicado é meu objetivo em qualquer local que trabalhe. Os principais desafios são estar em constante aprendizado e não deixar para trás o que se aprendeu anteriormente. Isso por que trabalhei em lugares bem diferentes uns dos outros.

- Na nossa reportagem de capa falamos a respeito da inclusão de pessoas com deficiência. Como você acredita que esse tema é tratado pelas empresas?

Eu acredito que esse tema é tratado com seriedade. Porém, acho que se poderia oferecer mais trabalho para deficientes com curso superior. Vejo, com exceção de concursos, que a maioria das empresas contrata deficientes apenas para cargos administrativos. Gostaria de ver mais deficientes advogados, jornalistas, publicitários, etc., nas empresas!

- Você tem a deficiência Charcot-Marie-Tooth*. Como isso afetou seu trabalho? Você sofreu algum tipo de exclusão?

É uma deficiência hereditária, que causa, entre outras coisas, uma espécie de atrofia. Minha atrofia ainda é considerada leve, não deixando de ser uma deficiência física. Afeta, também, pelo que sei, os nervos do corpo. Como meus pais conseguiram detectar a deficiência quando eu ainda era bem pequeno, consegui resolver grande parte dela. Fiz duas cirurgias. Tenho dificuldade de equilíbrio e de caminhar, mas nada que me impeça de trabalhar ou dirigir. Afeta meu trabalho, pois não consigo realizar esforço físico como uma pessoa sem deficiência realiza, como praticar algum esporte ou carregar algo mais pesado. Não sofro exclusão no trabalho. A exclusão acontece quando somos crianças, até por falta de informação das outras pessoas.

- Quais são os seus planos profissionais daqui para frente?

Os meus planos profissionais são de trabalhar na minha area de formação, Jornalismo e Direito, e, quem sabe, até dirigir algum filme.

- Dê dicas para os profissionais que, assim como você, querem se destacar no mercado de trabalho.

Se esforcem. Tenham prazer no trabalho, o que é essencial para uma boa dedicação.

- E, para os profissionais com deficiência – especificamente - você teria alguma dica?

Sim. Procurem trabalhar com o que gostam e sempre tentem evoluir no trabalho até chegar à carreira que desejam. E estudem, sempre.

* É um distúrbio do sistema nervoso transmitido geneticamente de pai para filho. Ela causa danos aos nervos periféricos, que são seções de fibras nervosas que ligam as células do cérebro e da medula espinhal aos músculos e órgãos sensoriais, que provoca fraqueza e degeneração muscular e perda de sensibilidade nos membros do corpo.
Fonte: Site Saúde Dicas

23/03/2012

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