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Número 49 | 03/05/2012 a 05/06/2012

Aposentadoria: Como se preparar?


Muitos começam a trabalhar já sonhando em se aposentar. Algumas crianças, ao verem os avôs com tempo para se divertir e os pais trabalhando muito, decidem que ao crescer querem ser “aposentadas”. Porém uma aposentadoria financeiramente tranquila depende de esforço durante toda a vida. Afinal, quem tem uma renda média de seis mil reais não quer, de um dia para o outro, passar a receber metade disso: os R$ 3.916,20, teto máximo do INSS.

É preciso que os profissionais planejem sua aposentadoria além da previdência social, se não quiserem ter uma queda significativa em seu padrão de vida ou dependerem dos filhos ou parentes ao se aposentar. Os especialistas recomendam que as economias com vistas à aposentadoria comecem junto com a própria carreira “Quanto antes poupar parte dos seus rendimentos, melhor”, ressalta o professor Antônio Carlos Bertucci, professor de finanças da PUC Minas e coordenador dos cursos Gestão de Empresas e Gestão Financeira Coorporativa, do IEC. O professor Marcelo Soares, da graduação de Ciências Atuariais, da PUC Minas, sugere que se comece a poupar por volta dos 30 anos, pois há tempo suficiente para compor um bom plano de aposentadoria e, geralmente, nessa idade, a pessoa já atingiu um nível de renda que permite a poupança, sem sacrificar a formação continuada ou sonhos pessoais de curto prazo.

Para começar a preparar as finanças para aposentadoria é preciso conhecer as opções que o mercado oferece e qual se adequa mais ao seu perfil. Pode-se investir nos tradicionais planos de previdência complementar, na formação de uma poupança própria ou em ações. Também é possível conjugar várias dessas alternativas. “A maneira mais comum [de investir para aposentadoria] é por meio da contratação de um plano de renda ou aposentadoria, junto a uma seguradora ou a uma entidade de previdência privada”, explica Soares.

De acordo com o professor Raphael Silva Rodrigues, um dos coordenadores da pós-graduação em Seguridade Social: Plano de Benefícios e de Custeio da Previdência Social, que será oferecido pelo IEC na campanha do 2s2012, quem busca os Planos de Previdência Privada Complementar quer receber benefícios complementares aos oferecidos pela Previdência Social, após a aposentadoria ou em situações de infortúnio, como morte ou invalidez. As contribuições feitas para o plano formam um fundo, cujos recursos são investidos e capitalizados até o momento da aposentadoria. O depósito mensal das contribuições e a rentabilidade alcançada com a aplicação desses recursos constituirão a reserva de capital necessária ao pagamento dos benefícios assegurados pelo plano, no futuro. Nesse tipo de investimento, é possível contratar um plano em que caso a pessoa atinja uma idade pré-determinada - geralmente por volta dos 55, 60 anos, ela passa a receber uma renda vitalícia. Outra opção é receber a renda apenas por um período determinado, acrescenta o professor Marcelo Soares.

O engenheiro de produção, Flávio de Rezende Souza, de 24 anos, ex-aluno da pós-graduação em Engenharia Ferroviária do IEC, começou seu plano de previdência cedo, há três anos. Ele trabalha em uma empresa de mineração de grande porte que oferece um plano no qual ela própria coloca uma parte dos recursos. “É uma vantagem, pois a empresa também contribui”, explica o engenheiro. Seu objetivo é retirar o dinheiro quando se aposentar, para que tenha uma condição de vida melhor nessa fase da vida.

Já o gerente financeiro Thiago Romano, 30, ex-aluno da pós em Mercado de Capitais e Derivativos do IEC, fez as contas e decidiu que poderia ter maior rentabilidade com aplicações financeiras do que com a previdência privada. Assim, com o objetivo de ter uma renda alta daqui a 20 anos ele faz aplicações mensais em Certificados de Depósitos Bancários (CDBs) - títulos que pagam, em períodos definidos, uma remuneração ao investidor. Eles funcionam como um empréstimo ao governo.  Ele já operou no mercado de ações, mas atualmente não o faz por falta de tempo.

Para os que estão em busca de um plano de previdência é importante observar alguns fatores, como o tempo de permanência e a incidência dos impostos. Bertucci indica buscar aplicações com maiores prazos, pois a tributação é menor. No momento da escolha é bom conhecer o significado das siglas PGBL e VGBL. PGBL é Plano Gerador de Benefício Livre e VGBL, Vida Gerador de Benefício Livre. São planos previdenciários bem parecidos, e a diferença está, basicamente, na tributação. No PGBL, é possível deduzir o valor das contribuições da base de cálculo do Imposto de Renda, com limite de até 12% da renda bruta anual. Assim, se pode reduzir o valor do imposto a pagar ou aumentar a restituição de IR. O que for descontado, por estar aplicado em PGBL, será pago no resgate desse dinheiro. Esse benefício fiscal só é vantajoso para quem faz a declaração do IR pelo formulário completo e são tributados na fonte. Já para quem faz declaração simplificada ou não é tributado na fonte, como autônomos, o VGBL é melhor. Ele é indicado também para quem deseja diversificar seus investimentos ou para quem pretende aplicar mais de 12% de sua renda bruta em previdência. Isso porque a tributação incide apenas sobre o ganho de capital.

Além dos planos de previdência, as ações são uma alternativa para acumulação de capital no longo prazo, mas o investidor deve saber como montar uma carteira bem estruturada, com boas empresas e diversificada, explica o professor José Guilherme Chaves, do curso Gestão Financeira do IEC. “Existe a crença de que investimento em ações é arriscado, porém não compartilho dessa ideia no longo prazo”, ressalta ele. Durante a acumulação do capital é necessária a aplicação dos dividendos e disciplina em períodos em que o mercado está em correção. Ainda segundo o professor, em países com maior cultura de canalização de poupança em ações, é comum as pessoas complementarem a sua aposentadoria com os lucros das empresas e que essa pode ser uma tendência no Brasil.

Simule aqui algumas opções de investimentos!

Dicas de Leitura *

WEINTRAUB, Arthur Bragança de Vasconcellos. Previdência Privada - Atual Conjuntura e sua Função Complementar ao Regime Geral da Previdência Social, Editora Juarez de Oliveira.

CORREIA, Marcus Orione Gonçalves; VILLELA, José Corrêa. Previdência Privada: Doutrina e Comentários à Lei Complementar Número 109/01, Editora LTr.

*Sugestões da equipe coordenadora do curso Seguridade Social: Plano de Benefícios e de Custeio da Previdência Social

27/04/2012

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