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Número 50 | 05/06/2012 a 07/08/2012

“Para você conseguir levar uma carreira como freelancer e pagar as contas é necessário empreendedorismo, foco e profissionalismo”


Marcelo Batista de Oliveira, mais conhecido como Wally, é designer e artista gráfico. Já foi empregado de diversas agências e estúdios. Desde janeiro deste ano, atua como freelancer, atendendo os clientes por conta própria. Ele atua com design gráfico principalmente para a área cultural e desenvolve trabalhos de acordo com a necessidade do cliente: websites, identidade visual, flyers, convites, sinalização, editoriais, catálogos, ilustração, vídeos, entre outros. Wally faz questão de contrariar o estereótipo de quem trabalha em casa e acorda a hora que quer e enfatiza o profissionalismo exigido dos “freelas”. Para um futuro próximo, tem planos de lançar seu próprio site, ampliar a equipe com a qual trabalha e sua área de atuação. Saiba mais sobre ele aqui!

- Fale um pouco a respeito da sua trajetória profissional, fazendo um breve histórico da sua carreira e da atuação no mercado de trabalho.

Desde muito jovem comecei a trabalhar na área de comunicação. Comecei a trabalhar aos 16 anos, fazendo estágio para o curso de Informática Gerencial de uma escola técnica de informática. Sempre fui encantado pela imagem. E por viver a revolução dos computadores pessoais, passei cada vez mais a me interessar nessa nova área. Entrei para a faculdade de Computação Gráfica, em 2000, na PUC Minas no São Gabriel e, logo, consegui um estágio em uma grande agência de internet: a BHTec. Lá tive meus primeiros contatos com novas linguagens digitais que surgiam.  Desisti do curso de Computação Gráfica no 5º período e mudei drasticamente do mundo dos códigos para o mundo estético, visual.

Com esta mudança passei a cursar Comunicação Social Integrada, também no São Gabriel. Larguei meu emprego com websites e passei a me dedicar a trabalhos nas áreas de cultura, moda e música. Em 2004, passei a trabalhar no estúdio de design Osso, que colaborou muito para que eu encontrasse a identidade e a paixão que transmito aos meus trabalhos.

Nunca parei de buscar conhecimento e novas técnicas de trabalhos. De 2006 para cá, concluí o curso de tecnólogo em Design Gráfico, participei de diversos workshops no Brasil e no exterior, trabalhei na Voltz Design e, recentemente, concluí a pós-graduação em Processos Criativos em Palavra e Imagens, no IEC. Atualmente, dedico meu tempo entre os trabalhos como freelancer e trabalhos artísticos. 

- Como surgiu seu interesse pelas áreas da computação, da comunicação e do design?

Eu não sabia o que fazer da vida. Tudo foi fluindo naturalmente, uma coisa levou a outra. Mas hoje, vejo que a profissão dos meus pais me influenciou bastante: eles sempre trabalharam com moda. Em casa, sempre estávamos cercados de novidades, tendências, revistas do ramo. Nelas, buscava conhecimentos de artistas, movimentos culturais e de tudo que acontecia no mundo, numa era pré-internet. Posso também dizer que frequentar a cena alternativa de Belo Horizonte nos anos 90 ampliou minhas referências, tanto no mundo musical quanto criativo, rompendo barreiras e derrubando preconceitos.

-  Como o investimento na pós-graduação em Processos Criativos em Palavra e Imagem tem contribuído na sua carreira profissional, especialmente, no seu trabalho como freelancer?

A pós-graduação em Processos Criativos foi importante para criar um networking e romper com o trabalho tradicional e careta, do dia-a-dia de uma agência de publicidade. Hoje dedico mais tempo e qualidade para que cada trabalho que eu desenvolva tenha a sua linguagem e traga muito mais que somente o comercial. A pós abriu meus olhos para investir no meu lado criativo e, consequentemente, aprimorar e diversificar ainda mais o lado experimental. Incorporá-lo ao trabalho comercial é consequência e o torna muito mais prazeroso.

- Faça uma avaliação do seu trabalho na área e comente sua experiência. Quais são os principais desafios e os frutos desse trabalho?

Trabalhar na área criativa demanda muita força de vontade e foco. Ainda estamos em um mercado carente (e careta), em que design é uma nova habilidade. Conseguir levar ao consumidor final aquela criação em que você acredita, que fale realmente por você é um dos maiores benefícios da profissão. Tem horas que temos que ceder e nos adequar aos pedidos de clientes. Mas nosso maior desafio é educá-los para que possam se abrir ao novo, inusitado, diferente.
  
- Quais são os seus planos profissionais daqui para frente?

Criar uma identidade visual forte para os trabalhos e encarar o mercado. Tenho um planejamento estratégico para passar a atuar como pessoa jurídica em alguns meses - por questões burocráticas do mercado. Ampliar a equipe e a área de atuação através de parcerias com amigos que também desenvolvem trabalhos de qualidade e, juntos, oferecermos um maior gama de possibilidades. A ideia é trabalharmos focados em cultura, arte e design, interagindo fotografia, vídeo, ilustração, design gráfico e digital.

- A reportagem de capa é sobre freelancers. Quais as vantagens você percebe ao trabalhar como freelancer? E as desvantagens?

Não pense que trabalhar como freelancer é fácil. Aqueles que pensam que freelancer é o cara que acorda a hora que quer, trabalha em casa de camiseta e samba canção, estão enganados. Para você conseguir levar uma carreira como freelancer e pagar as contas é necessário empreendedorismo, foco e profissionalismo. Você passa a ser responsável pelo gerenciamento de contas, atendimento a clientes, captação de trabalhos, fora a parte de executá-los. É preciso muito esforço, planejamento financeiro e paciência para dedicar-se. Mas todo este esforço vale à pena quando você finaliza um trabalho e todos ficam satisfeitos. O mercado hoje procura por demandas específicas. Se você tem algum diferencial é bem provável que consiga sucesso como freelancer e um retorno financeiro muito mais compensador do que o atual pago pelas agências de publicidade.

-  Dicas para os profissionais que, assim como você, querem se destacar no mercado de trabalho.

Para se destacar no mercado não existe certo ou errado. Cada um precisa encontrar dentro de si o seu melhor e aprimorá-lo através de cursos, revistas, livros, viagens e convivência social - não aquelas das redes sociais. Muitas vezes o processo é muito mais importante que o produto final. Para se inspirar não precisa ir muito longe, basta olhar a sua volta.  

- Alguma dica especial para aqueles que trabalham por conta própria?

Não se esqueça que trabalho é trabalho. Existe uma vida lá fora que te espera. E quanto mais intensamente, você viver mais realizado e feliz você será. Tudo não passa de uma relação de amor consigo mesmo. Basta descobrir.

01/06/2012

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