Daniel Ituassu abriu a Itrade Soluções Inovadoras, em 2004, aos 25 anos. Ele é formado em Ciência da Computação e tem pós em Gestão de Projetos e em Gestão de Negócios. Desde a graduação pensava em abrir seu próprio negócio. Agora que conseguiu, tem planos de crescimento.

- Fale um pouco a respeito da sua trajetória profissional, fazendo um breve histórico da sua carreira e da atuação no mercado de trabalho.

Desde que formei em Ciência da Computação, na PUC Minas, em 2003, já pensava em ter um negócio próprio. Sempre tive vontade de tomar decisões baseadas na minha visão profissional. Reuni dois amigos e criamos uma empresa que foi incubada na FUMSOFT- Fundação Mineira de Software. Entretanto, demoramos a ter retorno. Meus sócios desistiram e eu não tive fôlego financeiro para continuar sozinho. Precisei empregar-me no mercado, na área de TI, para capitalizar-me e dar continuidade ao negócio. Nesta trajetória, rapidamente, assumi cargos de liderança, o que me ajudou a adquirir muita experiência em lidar com as equipes e os clientes e amadurecer minha visão de negócios. Hoje reativei minha empresa, a Itrade Soluções Inovadoras, e trabalho com soluções inovadoras em TI, com um novo produto, ganhador do prêmio de inovação da IBM, em 2009, e tenho novos desafios pela frente. Desenvolvemos um software de gestão de competências na educação, o SHARE - Smart Human Academic Resources, que mapeia as competências construídas durante a formação acadêmica de cada aluno e pode ser utilizado desde o ensino infantil até a pós-graduação. Sobre a minha formação, além da graduação, tenho dois cursos de pós-graduação, um em Gestão de Projetos e outro em Gestão de Negócios.

- Como o investimento no curso de pós-graduação em Gestão de Negócios tem contribuído na sua carreira profissional? Como você pretende utilizar os conhecimentos dessa área?

O curso de gestão de negócios organizou minha experiência, que era predominantemente prática, e ampliou meus conhecimentos na gestão empresarial, que antes era bastante voltados para a área de TI. A pós-graduação me permitiu a criação de um plano de negócios completo e de um elaborado planejamento para viabilizar minha empresa. Eu possuía boas competências comportamentais e técnicas da área de TI, mas o curso desenvolveu minhas competências gerenciais de negócio. Compreendi o que é visão estratégica e isso deu novo impulso nos meus negócios.

- Quais são os seus planos profissionais daqui para frente?

Estou fazendo parcerias e buscando investimentos. Tenho um plano de crescimento e estou colocando em prática tudo que aprendi. Acredito que posso agregar valor às instituições com nas quais estou atuando e sei mostrar isso aos meus clientes.

- Dê dicas para os profissionais que, assim como você, querem se destacar no mercado de trabalho.

O empreendedor precisa entender do seu segmento de atuação, mas precisa também ter conhecimentos técnicos de gestão. Intuição é importante, mas pode ser desperdiçada se não estiver calcada em uma boa base de conhecimento. Ter boas ideias é fundamental para o empreendedor, mas nem sempre uma grande ideia se transforma num grande negócio, pois é preciso realizar uma análise de viabilidade e colocar as ideias em prática é um grande desafio. Conhecer o mercado, ter um plano de negócios e definir um modelo de negócios é essencial. Saber onde buscar investimentos e convencer os investidores são tarefas imprescindíveis e exigem uma formação específica na área de negócios.

- Na nossa reportagem de capa falamos sobre jovens empreendedores, como você. Quais as vantagens e desvantagens você percebe em abrir as portas do negócio antes do 30 anos?

A desvantagem é, principalmente, a imaturidade, a falta de experiência para lidar com os obstáculos e encontrar soluções em tempo hábil para manter o negócio. A falta de recursos financeiros costuma ser um grande obstáculo para quem está começando, mas uma boa ideia aliada a um bom planejamento permite a captação de recursos externos.

As vantagens são o entusiasmo e o idealismo que impulsiona o jovem a ter persistência e a gerar soluções criativas. Acredito que se o jovem se preparar também para ser gestor, poderá aprender a associar-se a profissionais que têm a experiência que lhe falta e aprender desde cedo que sozinho não se vai a lugar algum. Minha dica principal para os jovens empreendedores é não ter medo de errar. Não há respostas prontas, não há certezas. É com o erro que se aprende. É o desafio de criar soluções que move o empreendedor. Citando Peter Drucker, “O melhor jeito de prever o futuro é criá-lo”.