Assiste a televisão enquanto interage com os amigos nas redes sociais e escuta música. Sabe das notícias da China e de Belo Horizonte. Vê os vídeos que vão ficar populares antes de todo mundo, lança tendências. Também pode criar um aplicativo para celulares e tablets, o inovador Hand Talk, por exemplo. Idealizado pelos jovens Ronaldo Tenório, Carlos Wanderlan e Thadeu Luz, o program, que ganhou um prêmio da ONU, pretende traduzir dados do Português para a Língua Brasileira de Sinais (Libras). Estes são os integrantes da chamada Geração Y. Nascidos nas décadas de 80 e 90, chegaram há pouco no mercado de trabalho e já estão fazendo as empresas reverem conceitos, pois pensam diferente de quem veio antes.

De acordo com o professor Hélvio Tadeu Cury, mestre em Marketing e coordenador do Curso Gestão de Empresas, do IEC São Gabriel, a Geração Y é marcada pelo seu poder de transformação. Ele pergunta: “o que você fez de diferente nos últimos três meses?”, a resposta dos jovens deve estar relacionada às características atribuídas a esta geração, tida como inovadora, plural, dinâmica. Estes nasceram numa época de tecnologia e informação em abundância, que refletiram em seu comportamento na vida e, claro, no mercado de trabalho.

“A Geração Y inaugura um novo relacionamento com a empresa”, os jovens trabalhadores estão envolvidos com as organizações enquanto fazem parte dela, mas têm facilidade de deixá-las em busca de desafios, explica o professor. Isso é exatamente o contrário do que fazia a Geração X, formada por seus pais, que procurava estabilidade. Além dos desafios constantes, os “Y” acreditam que o trabalho deve estar relacionado à realização pessoal.

Uma pesquisa da Fundação Instituto de Administração (FIA/USP), publicada pela Revista Galileu, revelou que 99% dos nascidos entre 1980 e 1993 só se mantêm envolvidos em atividades que gostam e 96% acreditam que o objetivo do trabalho é a realização pessoal. Já a pesquisa global, realizada pela Robert Half com CFOs (chefes financeiros), mostra como as empresas lidam com estes profissionais. A constatação é que para 48% dos entrevistados há a dificuldade em atrair talentos “Y” e que para 55% destes líderes, manter a geração Y é a tarefa mais difícil em uma empresa.

Para os líderes, a dica do professor Hélvio é que busquem construir equipes que envolvam várias gerações e possam aproveitar o melhor de cada uma. Além disso, é importante criar condições favoráveis para o desenvolvimento dos jovens, proporcionando desafios e formação. A empresa deve treinar o jovem e ajudá-lo a explorar sua capacidade, mesmo com o risco de que ele não fique na organização, pois o investimento dará resultado enquanto ele estiver lá.

Já para os jovens, o desafio é fazer a diferença. Tecnologia e informação estão ao alcance de todos. Diferente é o uso que se faz delas. Assim, o professor indica que se busque empresas que permitam aproveitar seu talento, seja corajoso e construa uma imagem positiva no mercado. O mercado busca pessoas versáteis, inovadoras, que assumam as responsabilidades e resolvam os problemas, como os “Y”.

As buscas da Geração Y no trabalho

1. Encontrar um propósito maior para o que fazem diariamente;
2. Realiza atividades desafiadoras;
3. Ter liberdade para inovar;
4. Obter feedback's constantes;
5. Existir líderes coesos e capazes de apoiá-los em seu desenvolvimento;
6. Alcançar reconhecimento e ascensão rapidamente;
7. Obter oportunidades claras de crescimento (Plano de Carreira);
8. Ter flexibilidade de horários, ou seja, foco na produtividade e não no tempo;
9. Recebe salários recompensadores;
10. Conciliar vida profissional com qualidade de vida.

Fonte: Geração Y. Conheça 10 anseios destes jovens profissionais!

Dica de Leitura:
A Geração Y e o Estilo de Vida

Dicas de Vídeo:
- Geração atual é mais ambiciosa e tem mais líderes
- We All Want to Be Young