IEC | Pós-graduação lato sensu PUC Minas

número 85 | 02/05/2016 a 02/06/2016

Em dia com o Mercado

Conheça a trajetória profissional do aluno da pós-graduação em Gerência de Projetos de Software, Wagner Souza.

Conte um pouco da sua trajetória profissional, fazendo um breve histórico da sua carreira e da sua atuação no mercado de trabalho. 

Entrei na faculdade de Ciência da Computação com 17 anos e logo no terceiro semestre do curso consegui uma vaga de estágio em uma empresa de desenvolvimentos de sistemas por demanda chamada Tempore Inovação em TI. Fui efetivado, mas não demorou muito para que eu fosse transferido para uma empresa parceira, Avanço Informática, que desenvolve sistemas para supermercados. Ambas as experiências foram bastante significativas para o meu desenvolvimento profissional até aquele momento, em termos técnicos e de maturidade profissional, possibilitando o ingresso em uma companhia de maior porte e com novos desafios. Além disso, foi nesses empreendimentos que conheci grandes referências profissionais e amigos que ajudaram muito em minhas transições.

Porém, tudo isso era na área de tecnologia, pura e simples. Foi quando comecei a trabalhar em uma empresa de comércio internacional que tudo mudou. A Transaex Assessoria LTDA abriu grandes portas na minha vida, me mostrando coisas que eu nunca tinha parado para pensar, modelos de negócios, reuniões estratégicas, processos empresariais, me apaixonei por tudo isso. Com essa paixão, decidi que era hora de criar meu próprio negócio, sendo assim, Leonardo Cruz (um grande amigo e antigo “Tempore”) e eu criamos a Caelis Designers. Não tínhamos muita ideia de como faríamos nossa empresa dar certo, mas ainda assim apostamos. A Caelis teve sede física durante um ano, e foi um período de muita correria: ônibus lotado todos os dias, trabalhava na Transaex das 8h às 18h, fazia faculdade depois e ainda arranjava um tempo para a academia. Agora você me pergunta: onde estava o tempo para a Caelis? E te respondo: Ah meu amigo, arrumávamos, sempre dávamos um jeito.

Após um ano decidimos que estava muito pesado, precisávamos de mais do que apenas força de vontade para continuar a tocar o negócio, decidimos então dar um tempo na Caelis e nos especializar em algumas áreas. Terminei a graduação, fiquei um tempo introspecto pensando nas mudanças e aonde eu queria chegar, fiz terapia, cursos de liderança pessoal e depois me ingressei na pós-graduação em Gerência de Projetos de Software. Precisava aprender mais sobre liderança e a trabalhar melhor com projetos.

Todo o conteúdo que aprendia na pós-graduação colocava em prática na Transaex. Descobri muito sobre o mundo real em gerência de projetos e principalmente sobre empreendedorismo. Muitas reuniões, metodologias, pessoas diferentes com opiniões singulares, tudo muito inspirador. Hoje procuro muito ser um líder eficiente, prático, objetivo e atento ao novo, saí da Transaex (não por escolha, mas era o momento) e comecei a desenvolver os meus próprios projetos. Hoje trabalho muito o meu desenvolvimento pessoal com cursos de liderança, facilitação de conteúdo, palestras, reuniões corporativas, desenvolvimento de modelos de negócios, trabalhos voluntários em empreendedorismo e estes são apenas os meus projetos paralelos. Meu foco atualmente é a Honoss, uma startup que está sendo criada em sociedade com o Leonardo Cruz. Honoss é uma empresa que tem como objetivo encurtar distâncias entre os sonhos e objetivos das pessoas através da tecnologia, uma espécie de rede social para os sonhos. E assim começa essa nova empreitada.

Como o investimento no curso de pós-graduação em Gerência de Projetos de Software contribuiu na sua carreira profissional? Como você utiliza os conhecimentos dessa área?

Acho que ter base técnica para falar e planejar me ajudou muito na ascensão dentro da Transaex, me proporcionando notoriedade, reconhecimento. Encontrei pessoas interessantes por conta do conhecimento aplicado e desenvolvi muitas ideias que pude colocar em prática por vários momentos dentro e fora da Transaex.

Quanto à questão de como utilizo os conhecimentos dessa área, é vasta. Acredito que conhecimento nunca é demais, por isso leio muito e procuro sempre me manter por dentro do que há de mais novo na área, mas tenho para mim que conhecimento sem aplicação não serve pra nada. Por isso seja no que eu estiver fazendo eu aplico o que compreendo em Gerência de Projetos de Software, mesmo o que não fale sobre software especificamente. Aprendi com grandes professores como Rommel Carneiro e Leonardo Fabel, que a dádiva dessa área não é controlar prazos, pessoas e recursos, não é fazer aquele planejamento perfeito e pensar que tudo vai dar certo. A Gerência de Projetos te ensina a lidar com pessoas, entender profundamente a contribuição de cada um e o lugar onde cada um é mais produtivo para alcançar um determinado resultado. E ainda, principalmente, saber que o trabalho do gerente de projetos é aprender com a diversidade do dia a dia e fazer o resultado chegar o mais próximo do objetivo estipulado. Portanto, utilizo esses conhecimentos em qualquer âmbito da minha vida, no projeto Honoss que estou desenvolvendo, encontro entre amigos, festa de aniversário, etc. Suas aplicações vão além da área profissional, o importante é manter a mente aberta.

Quais são os seus planos profissionais daqui para frente?

Tenho uma grande ambição: mostrar às pessoas que todo sonho é possível. Existem alguns fatores que são ignorados, mas se você tem um motivo muito grande para te fazer levantar da cama, uma hora você consegue. Tudo começa com um passo, o autoconhecimento - o famoso ”conheça-te a ti mesmo”, saiba ainda as coisas que você é capaz de fazer e estenda seus relacionamentos. Geralmente, entre as coisas que nos limitam ou nos impedem de seguir em frente estão nossos próprios pensamentos, crenças que nós mesmos criamos ou seguimos por não enxergar outros horizontes. Sonhar junto pode ser a chave para o sucesso pessoal e coletivo, às vezes algo que você não sabe fazer o outro sabe, ou conhece alguém que pode ajudar. Nesse sentido, todos ganham simultaneamente ao participarem de uma experiência coletiva, afinal, um sonho que se sonha em conjunto é mais fácil de se tornar realidade.

Quero proporcionar desenvolvimento dos sonhos para as pessoas e farei isso através do empreendedorismo. A Honoss existe pra isso, e tenho certeza de que não vai parar por aí. Além disso, pretendo crescer muito na minha profissão, conhecer muitas empresas e modelos de negócio e desenvolver novos projetos que causem grande impacto no modo como as pessoas enxergam o mundo.

Você poderia dar dicas para profissionais que, assim como você, querem se destacar no mercado de trabalho?

“Conheça-te a ti mesmo” – Inscrição no portal do templo de Delfos, preservada por Platão.
Invista em autoconhecimento, aprenda a lidar com suas limitações, conheça pessoas que possam te ajudar e leia, leia muito. Aprender nunca é demais.

Você se considera um workaholic? Se sim, conte um pouco de como lida com isso.

Não, a ideia de workaholic está associada a um vício, algo compulsivo. Não encaro a forma como trabalho assim. É mais uma questão de hábito, está em conjunto com a vontade de fazer sempre mais e melhor, associar o que deseja ao seu futuro e o que pode fazer para conquistar isso.

Existe um conceito que fala sobre “locus de controle”, muito usado hoje pela psicologia positiva - que invés de focar nos fatores negativos da vida humana, como o sofrimento, depressão e os motivos que levaram a pessoa a passar por aquilo, dá atenção aos fatores positivos, os quais tornam a vida dos indivíduos mais satisfatória, desse modo, a ideia de locus de controle tem sido muito valorizada. A palavra “locus” vem do latim e significa “lugar”, portanto, todo o termo é designado para o reconhecimento do indivíduo acerca do lugar onde se encontra o controle sobre sua vida: dizem que existe o locus interno e o externo. Aquele que tem o locus externo como principal fator de consciência atribui às causas das coisas que acontecem a si mesmo aos fatores externos, como por exemplo, a crise ser o motivo do seu desemprego, ou o mercado não estar em alta e, por isso, sua loja não vende, etc.; enquanto aquele que tem o locus de controle interno como principal fator de consciência, possui a crença de que os eventos da vida, sejam eles bons ou ruins, são causados por elementos controláveis e próprios como atitude, preparação e esforço. Me identifico muito com a segunda opção: competência e sucesso são minhas responsabilidades, sou protagonista do meu próprio destino, ninguém vai me colocar de encontro à realização do meu sonho. Eu mesmo tenho que chegar até ele e para isso se tornar efetivo, preciso dar pelo menos um passo todos os dias. Entretanto isso não me torna um workaholic, apenas um sujeito empenhado em seus objetivos.

Boletim produzido pela Assessoria de Comunicação da Diretoria de Educação Continuada da PUC Minas

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