IEC | Pós-graduação lato sensu PUC Minas

número 90 | 02/11/2016 a 02/12/2016

Fala, Professor!

Como nasce um líder?

O escritor e filósofo americano L. Ron Hubbard sentencia, em um texto sobre liderança, que “em todos os grandes líderes há um propósito e intensidade inconfundíveis. Além disso, há certa quantidade de coragem. Um homem que quer somente ser amado nunca será um líder. As pessoas seguem aqueles que têm a coragem de conseguir que as coisas sejam feitas. Um exame amplo da história claramente mostra que os homens seguem aqueles a quem respeitam. Respeito é o reconhecimento de inspiração, propósito e competência”.

Aliado ao pensamento do filósofo, pode-se dizer que empatia, visão de futuro, carisma, capacidade de persuasão e inteligência emocional são algumas das características gerais de um líder.

O Boletim Com Você traz o exemplo de algumas pessoas que se transformaram em líderes por abraçar causas e sonhos, sempre utilizando estratégias motivacionais para alcançarem seus objetivos. Conheça e se inspire!


Anderson França – Universidade da Correria

O carioca Anderson França, conhecido por Dinho, tem 39 anos e já fez de tudo um pouco. Filho de pais camelôs, foi porteiro, auxiliar de serviços gerais e músico profissional, vendeu quentinhas, revistas e camisetas, regeu coral, integrou o AfroReggae. Largou as faculdades de Direito e Música por precisar trabalhar. Morou a vida inteira no subúrbio. Em 2011, abriu, no Complexo da Maré, a Dharma ACC, primeira agência de publicidade numa favela carioca. Não parou mais de inovar. Produziu a TEDx na Maré, primeira do mundo em favela. Entre suas sete iniciativas está a Universidade da Correria (UC ou UniCorre), criada em julho de 2013. Gratuita, oferece, por três meses, aulas semanais, palestras e workshops. No início, manteve a UC com a venda de camisetas, mas depois conseguiu parcerias com a Unisuam, o Sesi e o Sebrae.

A ideia da UniCorre é que moradores de favelas, da periferia, do subúrbio tirem do papel seus projetos, criem novos negócios, ganhem autonomia. Lá, eles aprendem técnicas de marketing, gestão financeira, como conquistar cliente, fazer um bom produto, formalizar o negócio, criar o business plan. Outro ponto importante é a ponte que a Universidade cria entre os alunos e profissionais consagrados.


Sônia Lansky – Sentidos do Nascer

Quando o assunto é parto natural, o nome da pediatra mineira Sônia Lansky aparece em quase todas as referências e pesquisas. Doutora em Saúde Pública, coordenadora da Comissão Perinatal e dos Comitês de Prevenção de Óbito Materno e Infantil da Secretaria de Saúde de Belo Horizonte, além de ser consultora do Ministério da Saúde para o programa Rede Cegonha. A médica fez de sua profissão um ato de empoderamento feminino por meio da informação. A atuação dela não se dá somente em pesquisas e no consultório. Lansky participa ativamente de grupos de conscientização sobre o tema, propondo alterações em leis e criando alternativas para a disseminação do parto natural, como o BH pelo Parto Normal. Esse projeto tem como objetivo de promover o parto normal, contribuir com a redução das taxas de cesarianas desnecessárias, e, consequentemente, melhorar a saúde materna e infantil em Belo Horizonte. Ano passado, Sônia percorreu algumas cidades do país com a exposição Sentidos do Nascer, mostra interativa que passava por ambientes que mostravam as etapas da gestação até o nascimento. A proposta é seguir com o projeto e ampliá-lo para trazer à tona o debate cada vez a mais pessoas.


Roberto Carlos Ramos – Contador de Histórias

Roberto Carlos Ramos, pedagogo e contador de histórias, teve uma infância atribulada: até os treze anos viveu na Febem entre fugas e retornos. Teve 132 fugas registradas, não se alfabetizou e envolveu-se em atos infracionais quando estava livre nas ruas de Belo Horizonte. Foi classificado pela instituição como "irrecuperável" quando foi adotado em 1979 por uma pesquisadora francesa, Margherit Duvas, que estava visitava a Febem para sua tese de Doutorado. Foi para a França um ano depois, onde aprendeu o idioma e concluiu os estudos. De volta ao Brasil, cursou pedagogia na UFMG e, após concluir o curso, retornou à Febem como estagiário, e adotou o primeiro dos seus 13 filhos.

Aos 51 anos, ele é considerado um dos dez melhores contadores de histórias do mundo, sendo um dos principais representantes da arte narrativa. Seu trabalho como pedagogo volta-se prioritariamente para a recuperação de crianças e jovens por meio da ludicidade. Roberto Carlos palestra em instituições de ensino com a proposta de auxiliar os educadores em uma escuta ativa que seja capaz de transformar realidades semelhantes às que ele viveu. Em 2009, teve sua trajetória contada em um filme de Luiz Villaça. Não por acaso, a película se chama O Contador de Histórias.  

Boletim produzido pela Assessoria de Comunicação da Diretoria de Educação Continuada da PUC Minas

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