IEC | Pós-graduação lato sensu PUC Minas

número 91 | 09/12/2016 a 02/02/2017

Destaque

Startup: O que é, com sobrevive, de quê se alimenta

Uma pesquisa simples no Google pelo termo startup retorna cerca de 135 milhões de links relacionados, na língua portuguesa. O valor é enorme, se considerarmos que o termo, em inglês, começou a ser amplamente utilizado fora das fronteiras dos países de língua inglesa somente a partir da chamada bolha da Internet, ou seja, entre o final dos anos 1990 e início de 2001.

Em sua origem, o termo se relaciona com o surgimento das empresas “pontocom”, criadas no ambiente digital graças à evolução da rede mundial de computadores, que fez surgir incontáveis empresas online. De lá pra cá, ganhou variações, muitas vezes até controversas acerca de seu significado.

Para grande parte dos especialistas no assunto, uma startup é uma empresa embrionária de base tecnológica com custos de manutenção muito baixos, mas que consegue crescer rapidamente e gerar lucros. No entanto, há uma definição mais atual, que parece satisfazer a diversos especialistas e investidores: uma startup é um grupo de pessoas à procura de um modelo de negócios repetível e escalável, trabalhando em condições de extrema incerteza.

Para o administrador e consultor Gustavo Periard, grande parte das startups atuais já nascem com uma ótima perspectiva financeira e com boas projeções de receita e lucros. Por isso, possuem uma boa possibilidade de serem compradas precocemente por uma grande empresa, devido ao potencial inovador. Para ele, “é muito difícil estabelecer um rótulo fechado sobre o que é ou o que deveria ser uma empresa startup, até porque estamos ainda engatinhando neste assunto no Brasil”, finaliza.


Há vários tipos e estágios de investimento existentes no mercado com o objetivo de alavancar financeiramente as startups. Gustavo Periard lista alguns modelos mais utilizados:

Bootstrap ou Investimento Próprio

O  Bootstrap é quando você junta um montante para manter seu negócio enquanto ele não alcança maturidade, clientes etc. Ou seja,   bootstrap é financiar sua startup com seu próprio dinheiro.
Essa “modalidade” é bem comum e deve ser levada em consideração já que praticamente qualquer startup, no Brasil, precisa de, ao menos, cerca de R$ 150.000,00 para começar a rodar e, num período de seis meses a um ano conseguir validar o negócio.


FFF: Family, Friends, Fools ou Família, Amigos e Tolos

O FFF (Family, Friends, Fools) ou Família, Amigos e Tolos é um modelo em que os amigos, família ou algum conhecido mais próximo decide fazer um investimento na startup. Apesar de um bom recurso, é importante saber separar bem as coisas para preservar a saúde do negócio e não desgastar as relações pessoais. Geralmente, esse formato tem potencial para alcançar entre R$ 25 a R$ 50mil em troca de 3 a 5% do negócio.


Angel Investiment ou Investimento Anjo

Para alcançar o investidor anjo, a startup já está com o produto pronto e começando a fechar os primeiros clientes. Por esse motivo, o volume investido tende a ser maior que nos modelos anteriores. De acordo com a Anjos do Brasil, uma organização sem fins lucrativos criada para fomentar o crescimento do investimento-anjo para apoio ao empreendedorismo de inovação, o investimento é efetuado, geralmente, por pessoas físicas. Normalmente trata-se de um empresário/empreendedor ou executivo que já trilhou uma carreira de sucesso, acumulando recursos suficientes para investir em novas empresas. É comum que startups entreguem entre 5 e 15% do negócio para os investidores anjo em troca de R$200 a R$500mil.


Além dos investidores-anjo, há ainda os fundos que focam neste negócio. O DGF Investimentos é um deles. Fundado em 2001, ele privilegia pequenas empresas para fazer aportes por meio do DGF Inova. Os investimentos são de até 10 milhões de reais e não há um recorte de tipo de negócio ou atividade. Outro exemplo é o grupo Rocket Internet, quase uma fábrica de startups. Criado em 2007, em Berlim, cria e investe em "clones" de companhias em mais de 40 países.


Em setembro deste ano, o Baidu, segundo maior serviço global de busca do mundo, aqueceu ainda mais o mercado de startups no país  ao lançar o Easterly Ventures, fundo de investimento com capital inicial de US$60 milhões, focado em startups brasileiras.
O grande diferencial do fundo é que além do dinheiro, ele transfere tecnologia, tráfego mobile e expertise internacional para as startups. 

Boletim produzido pela Assessoria de Comunicação da Diretoria de Educação Continuada da PUC Minas

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