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Fins e recomeços

O ditado diz ano novo, vida nova. A rigor, nada muda. A passagem do dia 31 de dezembro para o dia 1º de janeiro é exatamente igual a todas as 365 viradas do calendário. Mas, a mudança de um ano para o outro traz intrínsecamente o conceito de reflexão e renovação. Não há uma fórmula mágica, mas percebe-se que, geralmente, as pessoas se sentem motivadas e dispostas para mudanças de hábitos, atitudes e comportamentos. Algumas pessoas planejam, outras projetam expectativas e outras tantas se lançam a novos desafios.

Isso é provocado pela divisão do tempo em ciclos, e essa ideia de fins e recomeços é benéfica à saúde mental. É o que explica a professora Rebecca Lopes, da Faculdade de Psicologia da PUC Minas. “É possível dizer que a esperança de um recomeço ou a possibilidade de fazer novas escolhas pode ajudar as pessoas a se projetarem em um futuro melhor. Isso contribui para a ampliação do seu olhar em relação à própria vida. Quando nos abrimos para uma nova perspectiva, nos permitimos enxergar a nós mesmos sob um outro ângulo”, afirma.

Buscar conhecimento e crescimento, sempre aproveitando as oportunidades que surgirem. Essas são as metas de Byanca Caroline da Silva para 2023. Para alcançá-los, a funcionária do Setor de Limpeza do Campus Coração Eucarístico já traçou objetivos concretos: quer estudar e progredir em sua carreira na Universidade. “Participei de um provimento interno e fui aprovada em duas etapas. Estou aguardando o resultado. Tenho fé que vou conseguir”, conta, com expectativa. Além da possível mudança de cargo, ela também pretende tirar do papel o sonho de ingressar no Curso de Administração. “Quero aproveitar a oportunidade que a PUC dá e investir nos estudos”, completa.

 

Esse movimento cíclico acompanha as pessoas ao longo da vida e as duas fases – início e fim – são igualmente importantes, afirma a professora Rebecca. “É um momento, também, em que nos permitimos pensar sobre como foi o nosso ano. Geralmente, fazemos um balanço de tudo que vivemos, como conquistas e perdas, alegrias e tristezas. Por isso é comum idealizarmos o ano que está chegando como um recomeço cheio de novas possibilidades.”

É quase um ritual padrão deste período separar roupas, calçados, livros e outros objetos que não lhes servem mais e doá-los a quem ainda pode usufruir deles. E essa "limpa" nos armários – e, por que não, na mente – é, justamente, um bom exemplo deste processo circular. “É um elemento simbólico, que marca um recomeço. Essa prática do desapego é uma das atitudes em direção à possibilidade de mudança que o ano novo representa. Então, sentimos a necessidade de começar esse novo ciclo nos desfazendo de tudo que não precisamos mais”, observa Rebecca.

Outro hábito comum desta época é aquela famosa lista de metas. Rebecca destaca que para algumas pessoas essa prática pode funcionar como um fator motivacional para mudanças. “Quando elaboramos uma lista, pensamos em tudo que é importante e queremos para a nossa vida. Isso pode nos ajudar a refletir sobre quem somos e onde desejamos chegar”, afirma. Estudar e progredir no trabalho são, por exemplo, os meios que Byanca encontrou para, futuramente, realizar o seu sonho: ser mãe. “É uma meta a longo prazo. Depois que eu correr atrás de outros objetivos e conquistar minhas coisas, eu pretendo ser mãe”, planeja.

Para outras pessoas, entretanto, há risco de surtir o efeito contrário e virar uma forma de cobrança para cumprir todos os objetivos, o que pode acarretar em frustração. Por isso, é importante evitar criar metas inalcançáveis ou muito distantes da nossa realidade. “Toda conquista ou mudança é fruto de uma construção, ou seja, um processo que exige paciência, persistência, empenho e dedicação. Por isso, essa lista precisa ser elaborada a partir de uma reflexão crítica sobre o nosso passado, presente e futuro”, pondera Rebecca.

Além das expectativas às vezes desalinhadas com a realidade, outro erro comum nesse processo é ir deixando metas e planos pelo caminho no decorrer do ano. Mas, por que as pessoas têm dificuldade de manter um planejamento a longo prazo? “A nossa tendência é repetir velhos hábitos, evitando, assim, encarar de frente as nossas dificuldades. Enquanto não trabalharmos verdadeiramente as nossas fragilidades, vamos continuar repetindo comportamentos e atitudes que nos impedem de realizar projetos ou planos idealizados no início do ano. O importante é enfrentar os seus fantasmas ou dificuldades para conseguir ir até o fim da meta almejada, pontua Rebecca.

Ferramentas para ajudar nesse processo é que não falta. Desde a tradicional agenda até o completo planner, passando, ainda, por aplicativos de organização, há várias maneiras de esquematizar o que se quer. Independentemente do método, o importante é fazer isso com consciência. “Planejar significa se organizar. Parar, pensar, refletir e executar. Não existe planejamento sem ação. Por isso, eu diria que planejar significa organizar suas ações em direção às metas que pretende alcançar”, destaca.

A psicóloga alerta, no entanto, que a vida não pode ser resumida a um infinito checklist. “Olhar para a sua agenda e não enxergar nenhuma brecha para desfrutar parte do seu tempo com um hobby ou atividade que tem prazer em praticar é preocupante. A nossa rotina não pode ser resumida apenas nos nossos deveres e obrigações, precisamos equilibrar melhor o nosso tempo, acrescentando vida nele. Viver apenas em função das obrigações nos impede até mesmo de usufruir das nossas conquistas. A vida não precisa ser chata para alcançarmos as nossas metas, podemos chegar onde queremos com alegria e leveza, além de todo o empenho e esforço inevitáveis de cada passo que nos é exigido em direção aos nossos sonhos, de janeiro a janeiro”, conclui.

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