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Ditadura da felicidade

Com os avanços das tecnologias e fortalecimento da cultura do consumo, a sociedade tornou-se, de maneira geral, mais hedonista e imediatista. A potencialização das redes sociais ainda permitiu acompanhar em primeira mão a vida perfeita que todos mostram na internet. Cria-se, então, a ideia de que determinados bens, como roupas e carros, ou experiências, como viagens ou eventos, são o caminho para o estilo de vida ideal e um passe mágico para a felicidade.

Seguindo o pressuposto de que, para ser feliz, basta ter as tendências do momento, torna-se quase proibido ficar triste. É assim que surge a ditadura da felicidade, uma imposição sociocultural de estar sempre feliz e buscando ainda mais felicidade. A tristeza toma um lugar de fracasso. Com tantas opções para beleza, bem-estar e satisfação, como uma pessoa pode ficar triste?

A coordenadora do Curso de Psicologia do Campus Poços de Caldas, professora Regiane de Souza Quinteiro afirma que “a sociedade apresenta dificuldade em lidar com a tristeza, a perda, a frustração. Evita-se, então, tocar em tais assuntos e as pessoas crescem com a dificuldade em aceitar a tristeza, ou de viver a tristeza e passar por ela. Isso não quer dizer que viver a tristeza é estar em depressão, mas todos somos suscetíveis a vivenciar momentos bons e ruins”.

Além da silenciosa proibição de estar triste ou angustiado, a ditadura da felicidade vem carregada de falsas promessas. Junto com os estilos de vida considerados perfeitos, cursos, livros de autoajuda e palestras prometem um caminho supostamente fácil para ser feliz. De acordo com a professora Regiane, a busca pelo autoconhecimento é importante. Contudo, é necessário discutir – e aceitar - também outros estados emocionais que fazem parte da vida.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), saúde mental é “um estado de bem-estar no qual o indivíduo é capaz de usar suas próprias habilidades, recuperar-se do estresse rotineiro, ser produtivo e contribuir com a sua comunidade”, o que não elimina a angústia, tristeza ou situações de estresse. Para a coordenadora de Psicologia, “isso implica em aceitar seus limites, buscar formas de melhorar, crescer ou mudar a forma de ver e agir em determinadas situações. As reflexões sobre nós mesmos devem ser constantes e devemos aceitar que podemos errar e que não sabemos de tudo”.

 

Vida perfeita na internet

A demonstração excessiva de uma falsa felicidade e a ideia que determinada viagem, roupa ou corpo garantem uma vida perfeita fizeram Rayane Almeida questionar o uso das redes sociais. Quando decidiu conferir as estatísticas de uso do celular, surpreendeu-se ao descobrir que ficava seis horas por dia no Instagram. Isso foi o suficiente para apagar o perfil e não usar mais o aplicativo.

 

Rayane, que é funcionária da Pró-Reitoria de Infraestrutura e Logística no Campus Coração Eucarístico e estudante do Curso de Psicologia, percebeu que era difícil equilibrar o trabalho e estudo com o uso das redes sociais. Depois que parou de usar, notou ainda mais como se incomodava com a suposta vida perfeita que as pessoas tendem a mostrar no perfil. “Quando você conhece a pessoa, sabe que a vida dela não é aquilo. As redes sociais são um palco, e não os bastidores”, diz.

“A felicidade é subjetiva e a gente tende a comparar nossa vida com a realidade de outras pessoas. O certo seria comparar com os nossos próprios parâmetros e ver o que conquistamos ao longo do tempo, e não com o que os outros exibem na internet”, afirma Rayane.

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