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Vivendo uma vida mais leve

Início de ano é aquela época oportuna para refletir sobre o presente, idealizar o futuro e traçar metas para que o ciclo que está começando seja melhor. Neste momento de recomeço, um dos rituais mais comuns é o desapego. Doar roupas e sapatos, livros já lidos e objetos sem utilidade é uma forma de deixar de lado o que não interessa mais, mas que pode servir a outra pessoa. No entanto, para ajudar a vida a fluir melhor, esse desapego não deve ser apenas das coisas materiais. Se livrar de sentimentos e hábitos que já não fazem mais sentido pode ser uma boa forma de começar o ano de maneira mais leve.

Cristina Campolina Vilas Boas, professora da Faculdade de Psicologia da PUC Minas, explica que o desejo pelo recomeço que é gerado em toda passagem de ano vem de uma cultura de divisão da vida em ciclos. "Somos treinados desde a infância ao modo contínuo de iniciar, realizar e concluir. Nossa saúde mental, espiritual e física está muito atrelada a essa cadência. Por isso, experimentamos uma ansiedade a cada final de ano que se aproxima", explica ela, que destaca que esse processo é uma forma de organização mental. "O nosso entorno mais arejado inspira pensamentos mais organizados também. Abrir espaço para o respiro instiga a nossa potência de vida, estimula o nosso querer e, por isso, serve de impulso vital", afirma.

A psicóloga destaca que o hábito do desapego tem várias origens, mas todos apontam para um caminho de equilíbrio. "A nossa raiz cristã aponta para o desapego como um valor evolutivo e humano. O zen budismo assinala a importância do exercício do desapego como veículo de maturação espiritual. A Psicologia Positiva traduz esse exercício em treinamento psicológico de crescimento do eu dos indivíduos", explica.

Independentemente da motivação, a proposta é viver a vida de forma mais leve. Para isso, é fundamental buscar o autoconhecimento e refletir sobre valores, desejos e objetivos. "Penso que devemos colocar na balança o que nos edifica e o que nos faz sofrer e, assim, verificar para onde pesa mais", resume Cristina.


Ela alerta, porém, que o desapego, sobretudo quando se refere a relacionamentos interpessoais, deve ser feito de maneira ainda mais consciente. "As relações são resultado de um laço, de um cultivo mútuo e para que possamos desfazer certos laços é preciso parcimônia, respeito ao outro e a si mesmo. E isso exige tempo. É preciso ser tratado de maneira responsável e digna", observa.

Além de desapegar de relações, hábitos, situações e objetos que não cabem mais, há outras iniciativas que podem tornar a vida mais leve, como exercitar a positividade. "Tentar ver o lado bom das pessoas e o lado positivo dos acontecimentos pode ser uma experiência bastante enriquecedora. A beleza da vida como ela é, e não como gostaríamos que ela fosse", sugere.

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