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Arte com as palavras

A arte de expressar histórias reais ou fictícias em forma de versos ou textos poéticos é comemorada em 14 de março, Dia da Poesia. A data celebra não apenas as obras de grandes autores como Fernando Sabino, Cecília Meireles e Cora Coralina, por exemplo, mas também o talento de leigos que buscam trabalhar as palavras. É o caso do funcionário Denílson Paiva, secretário acadêmico do Instituto de Ciências Econômicas e Gerenciais (Iceg), que desde a adolescência compõe belas poesias sobre diversos temas. “Amor, chuva, tempo e até sobre o nada já escrevi. A inspiração vem e passo para o papel”, conta.

Desde que vivia na zona rural de Abre Campo, uma pequena cidade com cerca de 13 mil habitantes na Zona da Mata mineira, o funcionário já se interessava pelas palavras. “Sempre gostei muito de ler. Como dizia minha mãe, lia até bula de remédios. Hoje temos mais distrações mas, na vida do campo, onde vivi até meus 11 anos sem energia elétrica, tudo era brincadeira e ler era um dos meus passatempos preferidos”, diz.

Fã de Drummond e Charles Baudelaire, o funcionário, que trabalha na PUC Minas há 17 anos, conta que seu primeiro contato com a poesia surgiu na escola. “Eu tinha uma banda de rap e na época fiz uma poesia sobre o que é ser professor. O rap me ajudou muito a desenvolver esse meu lado. Era uma forma de protesto que me ensinou a trabalhar com as palavras”, afirma Denílson.

Atualmente, com mais de cem poemas escritos em um livro que ainda não foi publicado — e que já tem um nome: Flores no Asfalto — , Denílson afirma que a poesia é uma válvula de escape para as dificuldades do dia a dia. “Como diria Cazuza, você não precisa ir para a guerra para falar da guerra”, diz Denílson, que é graduado em Jornalismo pela Universidade.

A paixão de Denílson pelas poesias também se evidencia por um outro hobby: colecionar as edições do Nonada, coletânea de frases e textos diversos publicados periodiocamente pela Secretaria de Cultura e Assuntos Comunitários (Secac) da Universidade. “Tenho exemplares publicados ainda em 1998 e adoro ler. É um material muito rico que guardo com muito carinho”, pontua.

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