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Número 50 | 05/06/2012 a 07/08/2012

Quero ser freelancer, e agora?


Acordar na hora que quiser, trabalhar em casa de pijama, emendar todos os feriados, cada mês ter um ganho diferente...  Fazer carreira numa empresa e só sair quando se aposentar, horário fixo, salário certinho na conta bancária... Essa é a sua visão da diferença entre ser freelancer e ter emprego fixo? Pois está na hora de repensar os conceitos e entender melhor como é a vida dos profissionais que trabalham por conta própria.

Segundo a legislação trabalhista brasileira, profissionais autônomos são pessoas físicas que fazem trabalhos por conta própria. De acordo com a professora Virgínia Maria Gherard, coordenadora da pós-graduação em Gestão de Pessoas, no São Gabriel, o termo freelancer remete a uma atuação profissional independente, sem vínculo empregatício e que atua normalmente atendendo a demandas específicas no mercado.

É verdade que os que optam por essa modalidade de trabalho não possuem chefes ou horários fixos, porém o profissionalismo, a organização e a responsabilidade são ainda mais importantes. Normalmente, as pessoas acreditam que ser o próprio chefe permitirá menor exigência no trabalho e melhor qualidade de vida. “Entretanto, muitas vezes ocorre o contrário”, ressalta a professora Virgínia. Ela explica que caso o profissional não se organize adequadamente, pode gerar cargas de trabalho excessivas e a sensação de falta de tempo para atender as demandas.

Sobre a questão do profissionalismo, a ex-aluna da pós-graduação em Produção e Crítica Cultural, Elisa de Sena, dá uma dica. “É importante fazer [o "freela"] como se fosse o trabalho da sua vida”, ressalta ela que trabalha na área de cultura. Elisa também sugere que os profissionais sempre busquem fazer aquilo que gostam e acreditam. Apesar de nem sempre ser possível, é importante buscar sempre.

Além de gostar da área de atuação, é preciso se identificar com este estilo de vida do profissional freelancer, segundo a professora Virgínia. E, antes de trocar um trabalho fixo para ser o próprio chefe,  é importante estudar o nicho de mercado onde pretende atuar, analisando oportunidades e ameaças, antecipando-se e definindo a melhor estratégia para a sua atuação. Uma dica é “identificar qual ou quais competências lhe garantirão um diferencial competitivo e focar no desenvolvimento contínuo”, diz ela.

A questão dos ganhos financeiros também precisa ser bem planejada, em função da sazonalidade das demandas. O famoso “ganha muito num mês e nada, no outro”. O planejamento orçamentário pessoal – conhecido como “pé de meia” – é necessário para que o profissional consiga lidar com momentos de baixa demanda. Além disso, é bom lembrar que não se tem direito a verbas trabalhistas, como o décimo terceiro, férias ou licenças maternidade. Assim, o freelancer precisa se preparar ao decidir sair de férias, tirar folgas e até ter um filho, pois nesses momentos não vai realizar trabalhos nem faturar.

Outro ponto crítico para quem opta por este tipo de atuação refere-se ao cuidado com a organização de seu local de trabalho, ressalta a professora Virgínia. Caso ele opte por trabalhar, mesmo que inicialmente, em sua própria casa, precisará adequar seu espaço físico, garantindo que as rotinas domésticas não interfiram no trabalho. Esta questão torna-se mais importante ainda, se neste mesmo ambiente ele receber seus clientes. É fundamental garantir ao cliente, desde um primeiro contato, a percepção de credibilidade e profissionalismo.
 
A designer Sarah Borela, ex-aluna do curso Gestão de Marcas e Identidade Corporativa, atuou um tempo como freelancer, fazendo convites e peças gráficas diversas. Ela atendia seus clientes e criava suas peças num pequeno escritório em casa. Depois de se formar, percebeu que a remuneração que já tinha com trabalhos eventuais era melhor do que a do mercado. Atualmente, é Diretora de Arte, da Agência de Publicidade Tom Comunicação. Comparando as duas experiências, ressalta a flexibilidade de horários dos freelancers. Porém, apesar de gostar do trabalho autônomo, prefere o emprego fixo, principalmente pela perspectiva de crescimento na empresa, além da possibilidade de fazer mais contatos e ter salário fixo.

Elisa de Sena também ressalta a vantagem de saber quanto se vai ganhar no final do mês e qual a sua carga horária mensal.  Porém, explica que para os que trabalham na área de arte e cultura, é difícil conseguir esse tipo de estabilidade, pois as ONGs e centros culturais também atuam por meio de projetos que tem data para acabar. E é justamente esta a vantagem que percebe no freela: “ter hora para começar e terminar te deixa livre para programar sua vida para além daquele trabalho”, explica. Ela diz também que ao fazer vários freelas, se aprende a trabalhar de diversas formas e com diferentes pessoas e, assim, se descobre como se adaptar e atuar em cada situação.

5 Dicas para quem quer ser freelancer

1. Identificar-se com o estilo profissional;
2. Organizar o tempo;
3. Identificar suas competências;
4. Planejar as finanças;
5. Organizar o espaço de trabalho.

Dicas de leitura *

“Plano de Carreira” – Djalma de Pinho Rebouças de Oliveira
“Dominando Consultoria” – Keith Merron
“Competências em Consultoria” A teoria, na prática – Edina Bom Sucesso (org.).

* Sugestões da professora Virgínia Maria Gherard, coordenadora da pós-graduação em Gestão de Pessoas, no São Gabriel.

04/06/2012

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