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“Somos muitas, e nenhuma mulher é uma coisa só”

No dia 8 de março é mundialmente celebrado o Dia Internacional da Mulher, data importante que marca a luta feminista pela igualdade de gênero e a conquista dos direitos das mulheres. Porém, o empenho para garantir um presente e futuro digno e seguro para todas é um trabalho que acontece diariamente, sob formas diversas. A militância feminista pode vir por meio de protestos e revoluções, mas também pela promoção do cuidado e da conscientização feminina. É nesse percurso que a funcionária e atriz do Laboratório Avançado de Simulação em Saúde da PUC Minas Betim, Bárbara Oliveira, busca exercer sua militância dentro do movimento feminista.

Há alguns anos, ela reuniu-se a um grupo de amigas e fundou o Coletivo Sejamos Flores, que hoje funciona em parceria com a Casa Cultural Dona Antônia, no município de Betim. Neste espaço, é promovido, a cada dois meses, encontros com mulheres da comunidade local, a fim de oferecê-las um espaço de apoio e cuidado em diversas frentes, buscando promover o autocuidado e a conscientização acerca da saúde da mulher. Nos últimos anos, o Coletivo criou campanhas de arrecadação de absorventes e itens de higiene e cuidado pessoal, que foram posteriormente entregues às mulheres da comunidade que integram o espaço.

“A minha militância feminista está sempre envolvida com a arte, poesia, autocuidado e autoconhecimento, buscando trazer informações e acesso às mulheres que carecem dessas conexões. Nós tentamos trazer momentos de paz e tranquilidade para essas mulheres, com temas que elas acham interessante e sempre com muita arte envolvida”, conta Bárbara.

Além do trabalho exercido junto ao Coletivo, para Bárbara, a militância feminista também pode existir em outros formatos. Um deles é a poesia. Ela conta que sempre teve uma forte ligação com a escrita, e que, por meio das palavras, busca externar os sentimentos e pensamentos que povoam sua mente.

“Eu busco trabalhar o feminismo por meio das minhas poesias, transformando em arte o que está dentro de mim. Quando eu escrevo, eu tiro de dentro de mim todos esses limites que o mundo externo me impõe, vou me libertando dessas amarras através da escrita”, conta. Para ela, essa é uma forma de alcançar outras mulheres e, assim, inspirá-las de alguma forma. “Escrever sobre as minhas dores, amores e medos é uma forma de estar colocando para fora aquilo que era meu e que, muitas vezes, outras mulheres compartilham. Colocar na poesia e nas palavras algo tão íntimo e que alcança também outras pessoas é algo muito forte e belo”, ela diz.

Foi desse processo de escrita que nasceu um outro importante projeto da trajetória da atriz: a peça “Sobre Mulheres, amores e flores”, idealizada e com o roteiro de Bárbara Oliveira. Composta por poesias de autoria própria, na peça, a atriz interpreta três mulheres: Teresa, Ana e Clarice, sendo que cada uma representa um aspecto da personalidade e vivência de Bárbara.

“A minha intenção com a peça é que outras mulheres se identificassem com as personagens. A Teresa, a Ana e a Clarice são a Bárbara, minhas várias versões, mas elas também representam todas nós, cada uma com sua essência. Somos muitas, porque nenhuma mulher é uma coisa só”, afirma.

Foi lutando contra a padronização e imposições sociais a que as mulheres precisaram conviver – e ainda convivem – por anos, que Bárbara instalou as bases da peça de teatro. “Eu sou muitas, sou múltipla. E a sociedade tenta, por diversas formas, nos colocar em caixas, dizendo o que podemos ou não ser e fazer. Para mim, o feminismo é uma forma de quebrar essas barreiras e tentar fugir desses padrões. Nenhuma mulher é uma coisa só e nós podemos e precisamos ser o que quisermos: livres, dentro dos nossos desejos, vontades e limitações pessoais”, ela defende.

A ancestralidade é outro ponto de destaque na peça. Bárbara conta que tem como maiores inspirações a artista Frida Kahlo, as escritoras Clarice Lispector e Simone de Beauvoir, e suas antepassadas: a mãe, as avós e as tias. Reunindo-se consigo mesma, em suas várias versões, ela convida todas as mulheres a se unirem e se permitirem: “Vamos juntas, somos muitas. O mundo é nosso, e a revolução é feminina”, declara.

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