IEC | Pós-graduação lato sensu PUC Minas

número 95 | 02/05/2017 a 02/06/2017

Destaque

Frustrado com a carreira. E agora?

Nem só de momentos de glória e conquistas é feita a rotina de um profissional. As expectativas em relação a uma função podem não corresponder à realidade e a frustração no ambiente de trabalho, repetidas vezes, pode acabar interferindo no desempenho a longo prazo. E aí, o que fazer nessa situação?

Para falar um pouco sobre esse processo, conversamos com a doutora em Administração Raquel Furtado, professora da PUC Minas e Coach Pessoal e Executiva.

- Quais os sinais que o profissional deve observar que apontam uma frustração com a carreira?

"O primeiro sintoma é um desânimo maior do que o de costume para sair da cama e ir para o trabalho. Na segunda-feira, é pior ainda. As pessoas também passam a falar mais sobre o trabalho, sempre de forma negativa e desesperançada. A mudança de humor começa a ser percebida por pessoas mais próximas. Algumas passam a desejar uma carreira completamente diferente, fazer um novo curso de graduação, muitas vezes retomando um sonho de infância ou adolescência. Quando a frustração fica muito grande, a somatização é comum. Ou seja, as pessoas começam a expressar no corpo sua insatisfação, apresentando dores, insônia etc."

- O que é indicado fazer quando o profissional não está se identificando com o cargo dentro da empresa? 

"A pessoa deve investir no seu autoconhecimento. Caso ela tenha muita clareza do caminho a seguir, deve verificar com o gestor essa possibilidade. Se estiver em dúvida sobre que alternativas seguir ou como ter conversas difíceis, o mais adequado é fazer um processo de coaching, com um profissional qualificado (recomendo procurar sempre coaches associados à ICF - International Coach Federation, uma espécie de OAB mundial do coaching)".

- O que fazer quando a frustação se dá devido ao fato do profissional não se identificar mais com a profissão que escolheu?

"Se a pessoa tem certeza de que está na profissão errada e possui condições para investir em uma nova carreira, ela deve criar coragem e seguir o coração. Mas se a pessoa não tem os meios necessários no momento, como dinheiro para fazer um novo curso, ela deve buscar aceitar sua situação atual e pensar em fazer a transição de forma mais suave, sem se culpar por não estar arriscando. Uma opção é trabalhar com o que se ama na forma de um hobby, por exemplo, e continuar na profissão antiga até ter condições para mudar."

- Poderia dar dicas para profissionais que sentem frustrados em sua carreira?

A principal dica é o autoconhecimento mesmo. Fazer uma análise do que está ruim na carreira atual, separando fatores pessoais de fatores externos. É sempre importante se perguntar: "como estou contribuindo para esta situação?". Geralmente, somos parte do problema embora tenhamos a tendência de culpar os outros e fatores externos pelas coisas. Avaliar as possibilidades concretas de mudança, perdas e ganhos, tempo, dinheiro e energia que serão necessários para uma transição e decidir sem pressa.  

Dicas de leitura:

5 dicas para lidar com a frustração no trabalho

- Executivos: Sucesso e (In) Felicidade, de Betânia Tanure, Antonio Carvalho Neto e Juliana Andrade

- Descubra seus Pontos Fortes, de Marcus Buckingham e Donald O. Clifton

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